quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O guarda-chuva



Por mais difícil que seja
o filho precisa sair do ventre.
A despedida deve seguir rumo à chegada

Seja dia de frio ou calor
as padarias vendem pães e pessoas chegam
munidas de guarda-chuvas de todas as cores
para dançar a dança da vida
para dançar a dança da despedida e da chegada
sem saber se ao lugar de origem vão retornar.

Sorveterias abrem no frio
é a poesia verde brotando em minhas mãos.

Tão abstrata
posso trata-la bem ou mal
por mais que as paredes se movam
por motivo de terremoto
minhas mãos rápidas correm os ares do dia
pra buscar a poesia que brota selvagem

Noites intermináveis acordado
pra entender a razão do crescimento da poesia
fórmulas, teorias...
com o tempo a poesia se disfarça
pode jorrar como rio ou pode secar meus lábios.
Ser chamada de culpada do que fiz
mas permanecer poesia
das noites intermináveis de minhas mãos estendidas

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Os feios




os feios também amam
no deserto existem civilizações mais prósperas que qualquer outra
os ricos também mendigam a preço de dinheiro
a sabedoria que somente os tropeços trazem

mas na nobreza da necessidade
no poço dos desejos
todos se encontram
na inexistencia de sua presença
reencontram se almas confusas
o caminho já se foi mas restou só o mapa da mina