sábado, 7 de junho de 2014

A distância e o tempo
separam o que é real
do que não deve ser.
E o ato desata
a cadeia do improvável
E gasta a sola do sapato
e rola a pedra de Sísifo.

Qualquer ruído é mero reflexo
do medo ou imagem distorcida
de um espelho circence
que diz verdades atrás de nuvens de fumaça.

Eco

Meu grito sem som
se espalha pelo eco
oculto
incendiando os corpos
num movimento silencioso de inércia.

Apago a luz e vejo que se acende a ideia.

Alguém carrega uma vela no fim do túnel e já é tarde,
embora o cheiro da chama
possa repentinamente se apagar
com a mão invisível
daquilo que nos mantém vivos.


Me responda as perguntas que não fiz
me explique a gota que desperta o interesse
me chama pra dança
e esconde a cor do seu guarda-chuva
pra eu não saber do tempo...

Quero ver sua presença
se disfarçando de ausente
pra fazer você girar leve
e impedir que a minha distração se despeça.



O Sentido da Escuridão

O Sentido da escuridão
É o mesmo de chorar na chuva
O mesmo da bebida em excesso
nada me impede a expressão mais sincera.

Nenhuma força me afasta da minha verdade real
não espero nenhum julgamento
apenas expresso o que sinto
sem esperar que seja algo inteligível
qual som propagado em meio sem ar.

A minha língua são meus sonhos no presente
que me servirão de alento no futuro.

Minerador da Palavra

Onde a Pedra perde o valor,
busco a Alma.

Quando a Palavra
o cheiro da vida não mais exala,
busco o Sentido.
E me entorpeço de agoras,
múltiplos,
em sequência.
E  escrevo no livro
com tinta branca,
e mesmo sozinho sinto a dor dos personagens
que se fossem vivos
não seriam parte de nenhum enredo.