terça-feira, 24 de novembro de 2009

Discurso da caverna



Lindas canções de ninar me embalam nas noites sozinhas
em que me sinto na multidão abafado.
carros por todos os lados no engarrafamento
o lápis entre os dedos com medo de marcar o  ponto do conto
e a gota a chuviscar no teto
é este o momento em que me abandono e encontro meu reduto
e conduzo a todos por uma nova trilha serena
selvagem e nova porém longe dos perigos
logo todo sonho é aplainado pelos caminhos
suaves da mente
que longe dos labirintos se eleva
ao ponto do caminho
direto ao desejo puro
longe de qualquer limitação.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Deslumbramento



Nem sempre o gigantesco é o limite.
A parede pode ser o limite do grito.
A cabeça pode ser o limite do ouvido
e as pedras longe de ser limite... são cobertas pelas ondas suaves e ferozes.

Velozes ponteiros mecânicos me devoram
mas eu sou liquido, me esparramo pelos cantos,
mesmo que sejam os caninos da fera.
A espera devora o silêncio.

O silêncio de instantes eternos corrói a certeza amarela
belo vestido tingido rodado
jogado às traças do guarda-roupas
de uma moça triste que com o tempo retoma o vestido amarelo,
de antes branco amadurecido.
E essa noite de roupa enxuta e mulher madura,
rouba sorrisos espontâneos
e olhares intensos
acende a luz trabalhada e lapidada
obra de arte
rara
e constante na mente de quem a enxerga
mesmo que seja a única vez.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ela



Observe as nuvens pesadas no céu
qual ameaça vindoura distante
aterrorizante e lindo choro por todos os lugares.
Na falta de imagens abraço o vento
de canto noturno das madrugadas de novembro.
Na ausência dos poetas extremos
escrevo frases desconexas ao desconhecedores
e que se encaixam perfeitamente na incógnita de seus olhos incertos.
A verdade assustadora é aquela que vaga pelos poros e atormenta os ouvidos,
vistos todos os animais vivos,
maior o temor da extinção animal.
O medo da clausura nunca será maior
do que o medo de estar sempre exposto a tal luz
que queima ardentemente
e que nao se sabe a intensidade. Calem-se os viventes, pois ela sussurra dentro de mim as coisas que eu tenho medo de dizer.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Apocalipse



Quando as luzes se apagaram
na havia nada que acendesse.
E os tremores agitaram toda a Terra.
E a Terra era eu,
temendo a avalanche de meus atos.
E o apocalipse fez surgir algo melhor
a custo de suor e pena.
E a pena em minhas mãos recusei entregar.
E escrevi eu mesmo minha história,
e não deixei que no roteiro nada faltasse
mesmo que tivesse que segurar o mundo nos braços.

E chorei oceanos,
só de desejo do que nunca alcançarei.
E esqueci
por que a ignorância é um dom
de Muitos.
E decidi fazer parte dos muitos,
só pra saber como ignorar
e amar sem ter medo do amanhã.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Lago



Refugiado numa caverna esquecida
me escondi das ondas de rádio
que me atingem fulminantemente
mesmo longe das metrópoles.

Busco descanso nas águas cristalinas
que mergulho de olhos fechados...

submerge à luz marítma o antigo homem
e as luzes das profundezas mostram ângulos jamais imaginados.
Mas é por pouco tempo essa visão,
o Homem como senhor de si,
precisa voltar a respirar,
para recobrar novamente o fôlego
e dessa vez investir mais fundo.

No fundo do lago existem tesouros,
mas é preciso recobrar o fôlego...
respirar sempre será uma prioridade,
mesmo que os tesouros sejam valiosos
a vida continuará a ser o sentido mais belo
e mesmo assim
o mais incompreendido.

O Sonho



O castigo de Midas tenho eu
punido por meus próprios desejos,
minhas vontades me agridem...

Na era virtual tudo é possível,
no mundo das respostas
quero a Pergunta,
busco pela sede eterna,
rejeito a saciedade.

Meu desejo é que não roubem
o Sonho ao Sonhador
e que jamais se desfaça o encanto de querer
e saber a profundidade de um dia alcançar.

domingo, 21 de junho de 2009

Dúvida



O que é que há no mar além de água?
o que é que há no deserto além de sede?
por que é que há na boca a palavra que mente?
até mesmo a rima rimada na calada da noite e escondida sob o chão frio
há de ser proclamada da mesma forma que a notícia do jornal
no chão escondido pelo asfalto que desaba a todo instante
ou mesmo
no corpo do pedinte que se esconde em qualquer canto da cidade.
Não há progresso que oculte o desejo latente além da natureza.
ninguém cala o que há pra ser dito.

apesar do tempo que pode permanecer escondido,
cada desejo presente no suor há de escorrer durante o banho diário
e seguir rumo ao mar
pra chover de igual forma sobre todas as cabeças desprotegidas.
e todos irão mendigar e ser solidários juntos
e a pobreza de uns será a riqueza de todos.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Mapa



Buscando pelo meu vestígio de outro dia
pra não dizer mais além
da noite que há de chegar
todos meus passos ocultos
alguém planejou esse crime perfeito
ou andei me arrastando todos esses anos até descobrir
que o peixe segue o rumo da piracema
que o caminho é a origem
e sigo minha história já escrita
e o mapa em minhas mãos me faz cócegas
e eu sorrio por todo tempo
e o mapa em minhas mãos é o próprio tesouro


hurt me so bad
so deeply and the smile will appear
not touching my soul
just comin closer
and it never touches the flame.
i will be drown in a river
and i will wake up in a jungle
the grass will grow over me
and i will wake up alone in the mornin
the owner of the jungle
nevermind how many roads i've tracked
or how mistaken i've been
i just care about the way
not the roads.

terça-feira, 31 de março de 2009

Diferença



Todos os espelhos refletem a mesma imagem
se a imagem principal fosse abalada
veria que não existe imagem mais bela que aquela que vejo
no reflexo do rio
duvido da minha voz
mas confio na sua audição e esqueço do que expresso pela diferença
de que somos iguais por natureza mas de formas diferentes e que temos tudo dentro do lapso do nosso espaço d tempo
tao curto quanto a espera da gota para molhar o solo
e se esconder de qualquer ameaça.

Desvio



Não sou a ira de meia revolta
que não sabe para onde vai mas sabe de onde veio
sou indefinidamente incógnito
estatalado sobre o chão da calçada fria
o caminho por onde não se deseja passar
o fundo do rio que o menino imagina o que seria quando vazio
sou a sua palavra mais polida que fere de morte
e o aceno que confirma a certeza do amor
a flecha que atingiu outro alvo mas bem no centro
a chegada mais inesperada porém oportuna
o partir do ovo que revela a vida
certeza de pelo menos um sorriso durante a caminhada
ainda que a luz de uma lâmpada provoque a escuridão
e o acender de uma alma liberta nos tire o medo da escuridão.

Medidas



A vida é feita de formas
e as formas de medidas.
qual a medida do medo
a medida do certo
do estranho querer?
publico num jornal
para que todos saibam
a medida que procuro. Não apenas a mim mas para que outros saibam
e assim nao se enganem
quanto à medida de nada.
Publico entao nesse rodapé a primeira medida
a medida de amar
sem limites

Oração do poeta ao leitor



A rima perfeita é a rima que rima com a minha vida
e a sua em contraste colorido
sem respingar na parede da sala
mas representando na tela
toda imagem real
do avesso do que dizem comum.
Que não seja a porta de emergência
do desespero latente,
que seja o refúgio seguro
inacessível ao alheio
como o baile de fantasias
onde toda grandeza é assumida.
Seja oração
sagrada ao coração como toda palavra que reflete
uma certeza que acreditas.

right and wrong internetical



Sell me ur soul
i ll buy u what u want
dream me ur pillow
ill get em in the night
where do u hide your dreams?
let me be the pen to write your days
quitly easy running
like a wheel in a road
i'm a rock

Madrugada Silenciosa



Me toma o frio
na madrugada
Silenciosa.

Futuro



Meu antidoto está sobre a mesa
mas ainda me nego a digerir.

O estranho vírus toma minhas veias
a sensação virótica-virtuosa me é curiosa
o gosto pelo estranho sabor
a passagem pra viagem no bolso
mas o maquinista não segue com minha ausência.
e enquanto houver rumos não vou
e preciso da decadência desse reino
mesmo que seja estranho
brasileiro só chega à estação no momento exato da partida
busco e conheço o instante final
eis o motivo do temor
a certeza do futuro.

Silêncio

todo prazer é tão intenso
quanto a vontade das coisas de serem vivas
mas se desfaz da mesma forma que a nuvem passageira
em tempo de verão
o prazer eterno é a certeza do que vem
é independente daquilo que veio
mas mesmo assim virá
tamanha a esperança e sede
do destino
pelo que vem da origem e voltará
por isso é que as pedras não gritam
pois sabem de todo curso do tempo
porém com o feitiço de não dizer nada.

Mais



Todos os carros nas ruas, dois caminhos possíveis.
Eu prefiro deixar o jogo
e observar as folhas das árvores sopradas pra bem longe
e correr pra acompanhar onde vão com tanta pressa...

...quando me encontro livre dos desejos
inundado pelo pequeno porem grandioso.

A folha apenas buscou o caminho de muitas como ela.
mas agora feliz pode ser árvore
novamente
e brotar novamente
e ter uma outra chance.

O céu nunca será o mesmo mas sempre novo
embora eu seja único, sou como muitos
e nada mais que eles e sei mostrar que existe mais de onde veio
o que temos.

nada mais que nada



Milhares de viagens
uma bolsa cheia de lembranças
de cidades impensadas
pessoas, o lado cômico da vida
suas tempestades, seus momentos de calmaria.

Mas descartei tudo o que tinha
na minha bolsa agora só levo uma folha em branco
entrego a vida mas não entrego a folha
não quero que sujem minha folha com letras disformes
prefiro o futuro não revelado.
retrato meu diário de bordo na folha em branco
e permanece indefinido
seja o que foi ou seja o que haverá
tudo está presente nesse pedaço de papel,
até o que eu ainda não disse ou pensei,
o meu momento mais feliz,
talvez o poema que camões não escreveu por que não teve tempo...
mas prefiro deixar a folha alva
representando sua beleza pura
que não torna diferente qualquer pedaço de sua superfície
mas os torna semelhantes em sua origem
todos com o mesmo potencial
todos omissos
todos com a pintura mais perfeita de Picasso
não revelada
a melhor das situações em todos os casos
a melhor das idéias é aquela que ainda não foi exposta
aqui revelo o meu manifesto
sobre aquilo que não disse
sobre a idéia que persigo.

Salinidade



Quando nenhum sabor satisfaz
quando nenhuma água dissolve a sede
um mar profundo e uma multidão imensa
pedindo socorro. por seus próprios erros.
minha pena pelo crime voa
tantas as aves
tanto céu pra tanto mar
a esperança de tamanha realidade
o medo do escuro
a escuridão do oculto.
mais do que as luzes revelam.

Trend


 brighter than the day
i just see the fields
but i go beyond
and the last watterfall
wont make wonder
cuz my thoughts
are up on the hill
where there are always clouds
disposed to build a rainbow
never mind the colors
i just want to get the other side
the beauty
that hide and rest in the light of a candle

the crash


The last days of that place were the most happy
when the lights
went down the thoughts started risin big
like a building comin from the hands
of workers
like clouds in the endless night outside
far from the eyes
but comin closer fast as we can never imagine
crashin and changin our lives

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O guarda-chuva



Por mais difícil que seja
o filho precisa sair do ventre.
A despedida deve seguir rumo à chegada

Seja dia de frio ou calor
as padarias vendem pães e pessoas chegam
munidas de guarda-chuvas de todas as cores
para dançar a dança da vida
para dançar a dança da despedida e da chegada
sem saber se ao lugar de origem vão retornar.

Sorveterias abrem no frio
é a poesia verde brotando em minhas mãos.

Tão abstrata
posso trata-la bem ou mal
por mais que as paredes se movam
por motivo de terremoto
minhas mãos rápidas correm os ares do dia
pra buscar a poesia que brota selvagem

Noites intermináveis acordado
pra entender a razão do crescimento da poesia
fórmulas, teorias...
com o tempo a poesia se disfarça
pode jorrar como rio ou pode secar meus lábios.
Ser chamada de culpada do que fiz
mas permanecer poesia
das noites intermináveis de minhas mãos estendidas

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Os feios




os feios também amam
no deserto existem civilizações mais prósperas que qualquer outra
os ricos também mendigam a preço de dinheiro
a sabedoria que somente os tropeços trazem

mas na nobreza da necessidade
no poço dos desejos
todos se encontram
na inexistencia de sua presença
reencontram se almas confusas
o caminho já se foi mas restou só o mapa da mina

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pódio



a cem metros da vitória
se abre um novo horizonte
uma brecha pra eu desistir de ser mais
e ser o que quero

quanto mais próximo do pódio
mais distante da felicidade
e olho para trás
e todos olhando adiante

radiante levanto voo
como a águia que um dia me salvou

e agora sou eu...
apenas eu
tentando salvar outra pobre alma
na face da terra

e elevar às nuvens

Vivência



a sua resposta dissolve toda a certeza
que dizia possuir
o muro apagado pelo tempo torna real a distância
densa,
mais que água cristalina ou qualquer mistura.

nessa noite não faço perguntas
o céu que me custou enxergar
nunca desabará
ó minha querida incógnita
de luz irradiante diurna

que será que me aflige toda essa paz?
será o tempo de constante inquietude
agora registrado num diário passado?
será essa cor de luz que eu nunca vi
mesmo no arco-íris?

ou será o juiz de todos os tempos
a julgar que meu tempo
é o mesmo tempo de todos os viventes?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Plenitude



você quer mais,
eu vou te dar
você quer tudo
vou te dar o mais importante
você quer ter alguém
vou te permitir conhecer-se.

pela curiosidade, caminhos de difícil escalada sem sapatos novos...
a experiência te guia, tua única luz
ao experimento do novo.

se nao experimento morro na minha cela
enclausurado no meu corpo sem cicatrizes

a maior viagem que eu poderia fazer
seria retornar à memória mais antiga
guardada na gaveta do criado-mudo.

vou queimar o único vestígio
de que eu um dia não fui o que sou hoje

mas a folha que cair da árvore vai revelar
e nao posso impedir que as folhas caiam no outono

que caiam todos os reinos
e a verdadeira resposta permaneça
guardada onde nunca deveria ter saído