sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A Cena



Me jogaram no deserto de areias finas
e fiz castelos de areia
enquanto minha mãe não chegava.

Criei um mundo de areia
com direito a tudo o que queria.

Quando a maré do ano novo chegou
me trouxe a salvação,
me matou a fome e a sede,
me tomou o circo e trouxe o pão.

A lua sem razão acendeu seu abajur
e me fez dormir por longos anos.

Quando acordei a selva me recebeu
de braços abertos e mãos fechadas.

Logo, quem dorme não sente fome,
mas prolonga a espera da sede.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A carência


Desregula meus objetivos (você).
Sem noção de onde seguir
qualquer força me impele.
Esvazio a razão,
estou cheio de nada.
Tenho desejos
mas se dissipam,
mera luz refratada
no prisma
que depois retorna
e atinge o que tem na frente.