Não vou correr para as matas
eu seria devorado
pelas feras.
Nem aos céus ascenderei,
logo não sou santo
nem diabólico.
Não fugirei para ilhas desertas,
nem sorte grande terei.
Estou de peito aberto,
certo de que levarei um tiro
e que sentirei
uma pontada de incerteza
a qualquer instante.
Não me esconderei da luz do sol,
ela não me é fatal.
Plantarei flores sobre cinzas,
transformarei canhões em alto-falantes
que propaguem
a estranha mensagem
por todos os cantos,
para que se possa então
dormir sossegado,
sem ter que acordar.
Sob gritos e choros
de quem não pode
de forma alguma
ser consolado.
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