sábado, 2 de abril de 2011

Ausência poética




















A poesia me adormeceu
em seus braços
é claro que eu adormeci!
Sendo ninado por canções tão belas,
embalado pelo calor
de um corpo tão suavemente ritmado.
Isso tudo muito me lembra mamãe
quando ainda existia.

Me recordo também
de quando acordei,
(aliás,
eu sonho tanto que tenho medo)
não havia poesia,
não havia poesia,
então não havia prosa ou enredos.
Não havia o que se falar,
nem sons,
nem visões
de qualquer tempo
que acontecesse pelo menos
na mente de um ser humano.
Quando imaginamos a ausência
Visualizamos seu vestido negro
Seu véu solapando uma beleza negra.
Mas nem a ausência estava.
Só eu que agora não tinha razão.
Então voltei a adormecer.

Para ver se acordava desse sonho,
Que apesar de nada
Continuava a me assustar muito.

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