domingo, 20 de março de 2011

A Tempestade



Depois da última tempestade,
é a primeira vez que venho aqui.

Galhos por todos os cantos,
o céu insinua outro castigo iminente
ou anuncia uma era de meditação,
está nublado.

O céu e a terra em sinergia,
as coisas subvertem sua ordem natural.

O verso não cabe no poema
a caneta não quer escrever
está nublado o tempo.

Não há tempo para recolher os escombros
e a impiedade assombra
está nublado o dia.

Nenhum carro ameaça cruzar a avenida
nem a empregada vai às compras,
está nublado o planeta
e é certo que a qualquer momento
vai chover nas selvas
da infinitésima parte
do universo.

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